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http://repositorio.unirn.edu.br/jspui/handle/123456789/878
Tipo: | Trabalho de Conclusão de Curso |
Título: | Elaboração e caracterição de alimento tipo queijo à base de monguba (pachira aquatica) |
Autor(es): | Freitas, Gabriela Medeiros Bezerra Campos de Galdino, Emanuel Fernandes |
Primeiro Orientador: | Aires, Kelly Souza do Nascimento |
metadata.dc.contributor.referee1: | Silva, Helry |
metadata.dc.contributor.referee2: | Morais, Tássia |
Resumo: | INTRODUÇÃO: O Brasil é um país megadiverso que, de acordo com o 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (2018), tem cerca de 40 mil espécies de plantas nativas, sendo 469 delas cultivadas em sistemasagroflorestais, ainda assim um estudo realizado por Gomes et al. (2023) mostrou que essa diversidade é negligenciada quando pensamos na dieta de diferentes grupos sociais. A valorização da biodiversidade alimentar pode ser a chave para a construção de sistemas de desenvolvimento sustentáveis e para a garantia da segurança alimentar da população. O uso das chamadas plantas alimentícias não convencionais(PANCs), que tem consumo associado a situações de insegurança alimentar (Gomes et al., 2023), vem ganhando notoriedade no terceiro setor da economia, especialmenteem serviços de gastronomia e coquetelaria. Por outro lado, saberes culturalmente passados de geração a geração sobre essas plantas têm sido abandonados e esquecidos, principalmente pela valorização da praticidade na alimentação frente a um contexto de cargas horárias trabalhistas exaustivas e poucavalorização do conhecimento ancestral, que levou ao aumento do consumo dealimentos ultraprocessados, como mostra a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2017-2018. Um dentre muitos exemplos dessa biodiversidade esquecida é a monguba (Pachira aquatica Aubl.), suas folhas jovens podem ser consumidas se branqueadas e suas sementes são oleaginosas, consideradas PANCs, muito apreciadas por populações amazônicas, sendo consumidas cruas, cozidas, torradas, na forma de farinha, moídas como alternativa para o café e até mesmo usadas na produção de chocolates e como base para leites vegetais (Lorenzi,1949; Jacob, 2020). Partindo da semelhança entre a monguba e a castanha de caju (oleaginosa mais comumente encontrada como base dos queijos vegetais disponíveis no mercado), este trabalho se propõe a demonstrar a possibilidade de produção de um alimento análogo a queijo à base de monguba. OBJETIVO: Elaborar, caracterizar nutricionalmente e avaliar a sanidade microbiológica de um alimento tipo queijo à base de monguba (Queijo de monguba). METODOLOGIA: Pesquisa exploratória, qualitativa e laboratorial, realizada por meio de testes de receitas de queijo vegetal, seguidos de ajustes para adequação de sabor e textura, determinação da composição centesimal (umidade e cinzas por gravimetria, lipídios pelo método de Soxhlet, proteína pelo método de Kjeldahl, fibras pelo método de Ascar e carboidratos por diferença) e análise microbiológica (microorganismos: aeróbios mesófilos, coliformes totais e termo tolerantes, Staphylococcus aureus e bolores e leveduras). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram elaborados dois queijos firmes e macios, o Queijo de Monguba (Queijo M), que apresentou, em 100 gramas de alimento, 202 Kcal, 14g de lipídios, 3g de proteína e 18,36g de carboidratos, e o Queijo de Monguba com Levedura Nutricional e Cúrcuma (Queijo L), com 166 Kcal, 9,9g de lipídios, 3,7g de proteínas e 15,4g de carboidratos, também em 100 gramas. Quanto à composição centesimal os queijos M e L foram comparados a um queijo vegetal à base de castanhas industrializado, que é vendido em grandes redes de supermercado da cidade de Natal (RN), e apresentaram menores valores de calorias, lipídios e carboidratos e valor mais alto de proteínas, além de ser um produto sem adição de adtivos químicos. Quanto a análise microbiológica, o Brasil não possui legislação específica para queijos vegetais à base de oleaginosas, sendo a referência mais próxima a categoria de Tofu, sufu e similares da IN N° 60 de dezembro de 2019. O queijo M teve resultados negativos para todos os microorganismos analisados, já o queijo L teve resultados positivos para aeróbios mesófilos e negativos para o restante, as prováveis causas que explicam ocorrência de resultado positivo para aeróbios nas amostras são a ausência de sal na receita e tempo de refrigeração de 12 dias prévios à análise, indicando necessidade de ajuste da receita e/ou redução do tempo de armazenamento. CONCLUSÃO: Os alimentos tipo queijo à base de oleaginosas tem se tornado mais acessíveis ao público vegetariano, vegano e àqueles com quadros de intolerância à lactose, por exemplo. Este trabalho demonstrou que é possível produzir um queijo à base de uma PANC, com características semelhantes às dos "queijos veganos" ofertados à nível comercial. Sendo a inclusão dessas plantas alimentícias não convencionais uma forma viável de estimular a biodiversidade. Para além da confirmação da possibilidade de produção, este trabalho trouxe à luz a necessidade de atualização da legislação vigente para garantia da sanidade alimentar e de mais pesquisas sobre as plantas biodiversas. |
Abstract: | INTRODUCTION: Brazil is a megadiverse country which, according to the 1st Brazilian Diagnosis of Biodiversity and Ecosystem Services (2018), harbors approximately 40,000 species of native plants, with 469 of them cultivated in agroforestry systems. However, a study by Gomes et al. (2023) has shown that this diversity is neglected when considering the diets of different social groups. Valuing food biodiversity could be key to building sustainable development systems and ensuring food security for the population. The use of so-called unconventional food plants (UFPs), associated with situations of food insecurity (Gomes et al., 2023), has been gaining prominence in the third sector of the economy, especially in gastronomy and mixology services. On the other hand, culturally passed-down knowledge about these plants has been abandoned and forgotten, mainly due to the emphasis on convenience in food consumption amid exhaustive work hours and insufficient appreciation of ancestral knowledge, which has led to increased consumption of ultra-processed foods, as shown in the Household Budget Survey 2017-2018. One example of this forgotten biodiversity is monguba (Pachira aquatica Aubl.), whose young leaves can be consumed blanched and whose seeds are oily, considered UFPs, highly appreciated by Amazonian populations, consumed raw, cooked, roasted, as flour, ground as a coffee alternative, and even used in chocolate production and as a base for plant-based milks (Lorenzi, 1949; Jacob, 2020). Drawing parallels between monguba and cashew nuts (more commonly used as a base for plant-based cheeses available in the market), this study aims to demonstrate the feasibility of producing a cheese-like product based on monguba. OBJECTIVE: To develop, nutritionally characterize, and assess the microbiological safety of a cheese-like product based on monguba (Monguba Cheese). METHODOLOGY: Exploratory, qualitative, and laboratory research conducted through tests on recipes for plant-based cheese, followed by adjustments for flavor and texture optimization, determination of proximate composition (moisture and ash by gravimetry, lipids by Soxhlet method, protein by Kjeldahl method, fiber by Ascar method, and carbohydrates by difference), and microbiological analysis (microorganisms: mesophilic aerobes, total and thermotolerant coliforms, Staphylococcus aureus, and molds and yeasts). RESULTS AND DISCUSSION: Two firm and soft cheeses were developed: Monguba Cheese (Cheese M), containing, per 100 grams of product, 202 Kcal, 14g lipids, 3g protein, and 18.36g carbohydrates; and Monguba Cheese with Nutritional Yeast and Turmeric (Cheese L), containing 166 Kcal, 9.9g lipids, 3.7g protein, and 15.4g carbohydrates, also per 100 grams. Regarding proximate composition, Cheeses M and L were compared to an industrialized nut-based cheese sold in major supermarket chains in Natal (RN), showing lower values of calories, lipids, and carbohydrates, and higher protein content, besides being free from chemical additives. Concerning microbiological analysis, Brazil lacks specific legislation for nut-based plant cheeses, with the closest reference being the category of tofu, sufu, and similar products outlined in IN No. 60 of December 2019. Cheese M tested negative for all analyzed microorganisms, while Cheese L tested positive for mesophilic aerobes and negative for the rest. Likely reasons for the aerobes' presence include the absence of salt in the recipe and a 12-day refrigeration period prior to analysis, suggesting a need for recipe adjustments and/or reduced storage time. CONCLUSION: Nut-based cheese products are becoming more accessible to vegetarian, vegan, and lactose-intolerant consumers. This study demonstrated the feasibility of producing a cheese-like product from a UFP, with characteristics similar to commercially available "vegan cheeses". Including these unconventional food plants represents a viable way to promote biodiversity. Beyond confirming production feasibility, this study highlighted the need for updating current legislation to ensure food safety and for further research on biodiverse plants. |
Palavras-chave: | Monguba Queijo Vegano PANC Sustentabilidade Biodiversidade |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::CIENCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS::TECNOLOGIA DE ALIMENTOS::TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO::BIOQUIMICA DA NUTRICAO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editor: | Centro Universitário do Rio Grande do Norte |
Sigla da Instituição: | UNI-RN |
Departamento: | Nutrição |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://repositorio.unirn.edu.br/jspui/handle/123456789/878 |
Data do documento: | 20-Jun-2024 |
Aparece nas coleções: | Nutrição |
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